Comecemos pelo trivial: Eu leio, Tu lês, Ele lê, Nós lemos, Vós leis, Eles lêem. Nada mais básico e ao mesmo tempo antiquado. Os verbos em voga nesses tempos de navegações virtuais são ACESSAR, TECLAR e assim por diante. As leituras ficaram em segundo plano. Ou na pior das hipóteses reféns das abreviações e das caretinhas presentes no universo “on line”.
Os que necessitam da escrita para sobreviver sofrem de uma dor angustiante, como se procurassem uma saída em Alcatraz, ou um antídoto para uma doença terminal. Uma válvula de escape com ar e fôlego suficientes para revitalizar a morbidez destes tempos de convergência.
Existem campanhas publicitárias as favas falando da importância da leitura. Incentivando o hábito e a necessidade de fazer dos livros, dos jornais, das revistas, amigos para todas as horas. Os impressos se popularizam. Abaixam o preço nas bancas em busca de novos leitores. Renovam-se.
Os profetas do final dos tempos não se cansam. Aumentam o tom de voz para alardear o desaparecimento dos jornais. Cinco anos. A chuva e a brisa fria quase gelaram os ossos dos que ouviam a “previsão”. “Não há consenso” é o que se pode concluir. Parcialmente, subliminarmente, superficialmente.
“Os jornais não vão acabar”. Uma pesquisa tenta motivar os muitos já desmotivados pela falta de público para seu trabalho. Cresce o número de leitores de jornais populares no país. Talvez seja a saída – a popularização do jornalismo impresso – ou uma das. Rememorando os tempos em que o rádio era o leão da selva comunicacional, a segmentação foi a saída encontrada pelos seguidores de Roquete Pinto.
Nesses tempos de Eu teclo, tu teclas, e por fim, todos nós teclamos, o primeiro passo e mais provável é o consenso. Sem leitores não se faz jornalismo, então, nada mais óbvio que conservadores e liberais da comunicação unirem forças e na pior das hipóteses tentarem se entender. É difícil em se tratando de jornalistas, mas ou se faz agora, ou se morre na praia. E nesse caso, não haverá ninguém para ler a fatídica notícia.
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