2 de ago. de 2010

Insignificâncias

A minha volta um amontoado de papel. Uns em branco outros não. Uns importantes, outros nem tanto. Só esperam minha boa vontade.

- Dariam uma boa fogueira, penso.

Uma garota grávida trabalha diante de um computador. Amanhã ou depois o bebê já terá nascido e ela não estará mais diante do computador fingindo que trabalha. A cadeira dela não é nada confortável. Não sei como agüenta passar tanto tempo sentada, ainda mais carregando uma nova vida dentro dela.

- Porque simplesmente não vai embora, penso.

O ar condicionado faz um barulho insuportavelmente chato, mas ameniza o calor. Menos mal. Atrevo-me a dizer que faz um tiquinho de frio. 

Atrás de uma divisória outra mulher fala sem parar ao telefone.

Se fosse contar quantas vezes ela atende o aparelho ou pede chamadas, encheria algumas dezenas de algarismos. Pra completar, a lixeira está abarrotada com copos plásticos, todos sujos de café. Um mal necessário e condenável, prejudicial ao organismo e ao meio ambiente.

- Para! A maioria destes copos foi tu que largou ali, penso.

***


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