Na véspera do derradeiro dia de 2008 acordei de supetão em plena madrugada. Não era um pesadelo. Era inspiração. Recordo ter um texto arquitetado em mente. Prontinho e pedindo para ser parido. Enquanto encontrava uma nova posição na cama, regozijava-me de prazer. Ria. Bastava ser um pouco paciente e aguardar o amanhecer.
Minha cara no espelho não era das melhores. Creio que nenhuma fuça de ser humano algum seja das melhores tão logo acorde. Lavei meus olhos cheios de remela e arrisquei um novo sorriso. O texto. Sim, o texto. Devia ser parido urgentemente. Antes de me aconchegar para escrevê-lo tentei rememorar o teor, as linhas, os pontos, os acentos da obra vislumbrada durante a madrugada. Nada.
Tentei novamente. Precisava a todo custo encontrar o fio condutor que transformara a noite anterior em um delicioso enlace com os lençóis. Uma vez mais: nada. Esquecera de tudo. Cada linha, parágrafo, preposição, verbo, adjetivo. Não restava nenhum lampejo de esperança em escrever o referido texto. Somente um último dia para deixar passar. De um ano tomado por altos e baixos, e que nos seus últimos suspiros ainda parecia zombar de mim.
Não tive alternativa. Desisti. Passei o restante do dia pensando em tudo, menos no despertar noturno e no texto que não ganhou vida. Fiquei sem texto. Enfraquecido pelo esquecimento de algumas horas. Temeroso pelo futuro e pelas escolhas que fiz e que exigem raciocino rápido e faro aguçado.
O último dia de 2008 me fez perceber que deixar para amanhã o que se pode fazer hoje é no mínimo uma burrice, com o perdão da palavra. Agora, preciso me recuperar das horas de vôo pelo Brasil e no quanto isso me impacienta, sempre que estou a 35 mil pés de terra fértil.
Minha cara no espelho não era das melhores. Creio que nenhuma fuça de ser humano algum seja das melhores tão logo acorde. Lavei meus olhos cheios de remela e arrisquei um novo sorriso. O texto. Sim, o texto. Devia ser parido urgentemente. Antes de me aconchegar para escrevê-lo tentei rememorar o teor, as linhas, os pontos, os acentos da obra vislumbrada durante a madrugada. Nada.
Tentei novamente. Precisava a todo custo encontrar o fio condutor que transformara a noite anterior em um delicioso enlace com os lençóis. Uma vez mais: nada. Esquecera de tudo. Cada linha, parágrafo, preposição, verbo, adjetivo. Não restava nenhum lampejo de esperança em escrever o referido texto. Somente um último dia para deixar passar. De um ano tomado por altos e baixos, e que nos seus últimos suspiros ainda parecia zombar de mim.
Não tive alternativa. Desisti. Passei o restante do dia pensando em tudo, menos no despertar noturno e no texto que não ganhou vida. Fiquei sem texto. Enfraquecido pelo esquecimento de algumas horas. Temeroso pelo futuro e pelas escolhas que fiz e que exigem raciocino rápido e faro aguçado.
O último dia de 2008 me fez perceber que deixar para amanhã o que se pode fazer hoje é no mínimo uma burrice, com o perdão da palavra. Agora, preciso me recuperar das horas de vôo pelo Brasil e no quanto isso me impacienta, sempre que estou a 35 mil pés de terra fértil.
Um comentário:
Carissímo...
Realmente, perder um texto é triste. Por isso que ando com meu bloquinho pra todo canto, poís caso não haja um computador por perto, vai no lápis e papel mesmo. rsrsrs
Mas se o tal texto não nasceu, porque ele era muito amis seu do que nosso.
Beijoss
Postar um comentário