29 de mar. de 2009

Decepção

Foto: Anton Roos

Pedi auxílio e socorro para o meu velho dicionário em pedaços. Decepção era a palavra que procurava. Precisava definir o que sentia, ou achava sentir. Uma resposta. Será que tudo se justifica por malograr-se e mais nada. Desiludir-se. Pensei em razões que fizesse salutar a tal decepção. Por fim, não encontrei.

A bem da verdade não há. Esse é o ponto. Decepcionar-se com algo ou alguém ou alguma coisa é tudo, menos permanente. A decepção é puramente particular, dado àquilo que se crê e se considera em relação ao mundo, a vida, a sociedade e "talecoisa". Melhor: é algo momentâneo e evasivo.

O fato de se considerar decepcionado com alguém, por exemplo, exprime o que se quer ou se projeta sobre o mundo, não o que de fato a outra pessoa é. E não se pode querer que os outros sejam aquilo que você quer que elas sejam. Não se pode. De jeito nenhum. Decepção não deveria existir, talvez uns tombos como forma de aprendizado. Mas decepção não. Isso não.

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