3 de out. de 2008

Tarde off


Desconheço a causa do blackout que deixou a cidade sem energia no final da manhã de sexta-feira. Foram aproximados quarenta minutos sem as regalias eletrônicas. Em tempos de muito calor, a falta de um ventilador ou ar condicionado digladia-se com a necessidade adquirida em se manter on line. Que o diga o suor acumulado pelo corpo enquanto tentava engolir o almoço.

De praxe, a primeira coisa que faço sempre que chego ao trabalho é abrir minha conta de e-mail. Tarefa a qual presumo ser comum para grande parte da população nos dias de hoje. Outros aparatos como MSN e Orkut vão de carona e fazem do acesso à internet mais que um costume, uma necessidade.

Entretanto, sou daqueles que levanta coro para que tal necessidade não se transforme em doença. São Paulo quase entrou em parafuso quando, recentemente, teve de passar mais de um dia off line. Parece fato irreversível a sensação de liberdade concedida pela internet. Todos são fisgados como peixinhos inocentes num pesque-pague.

A troca de informações, e-mails, relatórios, fotos, etc. estreitaram todas as distâncias possíveis. São três e vinte e cinco da tarde, não tenho sinal algum da minha conexão. Como agravante, preciso enviar um e-mail urgente. O que posso dizer: sinto-me como um peixe fora do aquário. Nu em um congresso para a preservação das máquinas de datilografia como ferramenta de trabalho. Excluído.


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PS: A conexão depois de quase duas horas voltou. O e-mail foi enviado e a rotina também. Graças a isso, não me sinto mais em um congresso de datilografistas, e muito menos, como Adão no paraíso.

Um comentário:

Unknown disse...

Anton, perfeita a escolha das imagens pro texto. Esta dos olhinhos no escuro ficou sensancional.

P.S.: Viu o filme com o Kevin Spacey que comentei contigo via e-mail?