13 de out. de 2008

Mais que uma simples visão pessimista do futuro do homem

Que me perdoem as mulheres e os sonhos encantados da maternidade. Sou defensor de medidas drásticas para impedir a procriação desenfreada dos seres humanos. Nada haver com a extinção do sexo. Esse está no mesmo patamar das novas tecnologias. Sem volta. Continuar-se-á colocando dinheiro na mão de proprietários de motéis do mesmo jeitinho que muito em breve ter um i-phone será sinônimo de status quo. O questionável é o número de barrigudinhas despreparadas para o papel de mãe espalhadas por ai.

Apesar de não ser membro de carteirinha do Movimento de Extinção Humana Voluntária, simpatizo com a causa. Às vezes, chego a passar horas refletindo em como seria o planeta se nós, os seres humanos deixássemos de existir simplesmente porque resolvemos parar de fazer bebês. Paro minhas reflexões quando penso no mundo sem bebês O que seria do homem de meia idade sem as madrugadas amornando mamadeiras e trocando fraldas. Entretanto, é fato que essa realidade passa longe de boa parte dos casos de gravidez Brasil a fora, onde impera a falta de estrutura mínima familiar e muitas crianças tem de sobreviver a mercê das mais afortunadas atrocidades, quando muito sem um pai presente.
Algumas profissões, mesmo que por osmose, deixariam de existir. Fábricas gigantescas fechariam suas portas Médicos pediatras, operários de fábricas de fraudas e papinhas. Empresas que confeccionam brinquedos, professores do ensino fundamental, creches etc. O mundo tal qual conhecemos passaria por uma transformação estrutural gigantesca, somente porque numa bela manhã de domingo optamos em não mais fazer bebês. Sexo sim, bebês não. Como isso aconteceria sem a legalização do aborto são outros quinhentos. Interessantes do ponto de vista da discussão e reflexão, mas por ora irrelevantes.

As mulheres bateriam o pé. Não e não e não. Elas adoram ver suas barrigas enormes no espelho, e mais: adoram quando alguém mesmo de revesgueio olha e diz:

- Que linda sua barriga. É menino ou menina?

Antes que seja taxado como machista, estufo o peito para afirmar: o homem tem igual ou maior parcela de culpa nesse processo de produção desenfreada de bebês, o diferencial é que o homem não tem a capacidade natural de carregar o feto no ventre durante nove meses tal qual fazem as mulheres. Apenas despeja o sêmen no ventre feminino, regozija-se de prazer fazendo juras de amor à fêmea e só. Ora convenhamos, não bastasse as imensas barrigas de cerveja que os homem carregam de um lado a outro e ninguém tem a delicadeza de chamar de linda, carregar os pequeninos por nove meses, sofrendo com náuseas, desejos gastronômicos de gosto duvidoso e o maior de todos martírios: a dor do parto, seria o fim do machismo tal qual é conhecido nos dias de hoje.

O pilar de todo problema paira na ruína em que se encontra a instituição família. Enquanto educação sexual continuar a ser um tabu e o sexo continuar a ser visto como reflexo de uma cultura que faz apologia quase que exclusivamente ao prazer promovido por ele, a tendência é aumentar o número de nascimentos e consequentemente de desigualdades sociais. Simples. Planejamento familiar funciona muito melhor no papel que na prática. As condições das classes A e B são diferentes das classes C, D e E, na proporção de um para um trilhão. Por isso, o acesso a educação e informação de qualidade restringe-se a um grupo muito pequeno. Há um inchaço populacional nas periferias onde falta investimento básico, como saneamento, saúde, educação, moradia, e assim por diante.
O conto de fadas dura, sendo otimista, nove meses. O desespero quando bate transforma as antes novas e felizes mamães em criminosas, pelo fato de abandonarem seus filhos com pouco ou nenhum requinte de piedade. Os pais quando presentes, e também tomados pelo desespero embrenham-se na criminalidade e no tráfico como se fora solução para todos males posteriores aos segundos de prazer obtidas no orgasmo gerador da vida. É por essas e outras que simpatizo com o movimento de extinção humana voluntária. E olha, que não sou de todo pessimista, só um pouquinho.

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