8 de jan. de 2011

Fez-se a vontade da maioria

Adriano Galiani, vice do Milan: Ronaldinho é 99,9% do Flamengo.
Depois dessa, alguém dúvida do destino do jogador?


Não fosse o auxílio de um ventilador ligado em sua máxima potência, estaria suando em bicas. O calor em Porto Alegre é coisa fora do comum. Parece um forno a capital gaúcha. O clima de euforia de ontem, principalmente nos arredores do Estádio Olímpico já não existe mais. Ronaldo deve mesmo jogar no Flamengo. O vice-presidente do Milan prefere assim. Anunciou a pouco, ao vivo via Rede Globo de Televisão: Ronaldinho é 99,9% do Flamengo.

A diretoria do Grêmio vai se pronunciar oficialmente as 15h de hoje. Porém, independente do que for dito pelo alto escalão gremista, não me resta dúvidas, e olha, que não é deliro em circunstância do calor estafante: a cúpula tricolor errou durante todo o processo/novela desta malfadada tentativa de repatriar o jogador.

Falou demais quando não podia. Agarrou-se em palavras ditas entre quatro paredes ou em conversas por celular e não conteve sua própria língua, enchendo de esperanças seu torcedor. O pior de tudo, na minha miserável opinião, foi a declaração de seu presidente dizendo que o clube pagaria o Milan. Mentira. Assumir um compromisso de cifras estratosféricas como este depois do jogador ter deixado o clube a ver navios 10 anos atrás, seria uma das maiores burrices, senão a maior já cometida no Olímpico. Um risco desnecessário e quase infantil.

No entanto, parece-me claro o que motivou esta e outras desencontradas declarações dos dirigentes gremistas: paixão. Esperança. Esperança de ver o menino projetado na Azenha voltar para fazer as pazes com o clube e com a torcida. Esperança de vê-lo voltar a jogar parte do seu melhor futebol disputando uma Libertadores de América (PS: Não acredito que Ronaldinho voltará a jogar como em seus melhores dias de Barcelona). Foi isso que fez a diretoria tricolor insuflar o noticiário com mensagens otimistas fazendo com que seu torcedor se enchesse de esperanças para o ano.


Camisa do Grêmio nunca mais
Na quinta-feira fomos todos obrigados a assistir a paupérrima coletiva de imprensa de Assis, Ronaldinho, Galliani e a pobre intérprete do vice do Milan. Uma bizarrice. Exposição gratuita e desnecessária. Assis, o empresário “sabe-tudo” bradou que os clubes brasileiros teriam conquistado independência para negociar, inclusive com altos valores envolvidos. A pergunta que não se faz, é: Ronaldinho Gaúcho, a beira dos 31 anos, há tempos sem jogar nem 25% do seu melhor futebol, vale tanto quanto está se pedinho e mais: vale o que está sendo proposto. Onde já se viu se pagar R$ 1 milhão e 800 mil reais por mês para um jogador de futebol.

Como torcedor gremista, lamento profundamente a balburdia que se anunciava ontem, inclusive com equipamentos de som sendo instalados no gramado do Monumental no meio da manhã sob alegação da festa pela volta do jogador, sem haver naquele instante certeza alguma sobre nada. Vou além: cá com meus botões, tenho minhas dúvidas se a ordem de retirada por parte do presidente gremista foi feita mesmo com toda irritação que se anunciou ou, se, percebendo que estavam bancando os bobos da corte, acharam (o alto escalão gremista) de comum acordo retirar os equipamentos.

Agora, 14h40, por mais que possa se acusar Assis ou Ronaldinho ou Galiani (isto irá acontecer), acredito - volto a repetir - que a culpa pelo fracasso do negócio é em grande parte da direção do Grêmio. Por fim, fez-se a vontade da maioria. Assunto – espero muito – ao menos em Porto Alegre, encerrado.


Atualização às 14h42: Como se deu a reviravolta no caso Ronaldinho, por David Coimbra, Zero Hora

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