18 de jan. de 2011

Cinema 3D: enganação

O maldito óculos fica desconfortável até no Scrat

Todas as sessões de cinema em 3D que assisti foram decepcionantes. Todas. Sem exceção. Não sou um cinéfilo inveterado, daqueles que assistem tudo que chega às salas de cinema do shopping mais perto de casa. Não. Vou, esporadicamente, pois, muito me agrada a combinação: telona, pipoca e refri.

É só.

Cinema é sinônimo de diversão. Lazer. Entretenimento. É isso que procuro, e acredito ser o mesmo que procura a maioria das pessoas que vão ao cinema todos os dias. Pago por isso. Quero conforto e não chateação.

O que me irrita e não consigo crer que seja o único insatisfeito, é esta tentativa em tornar a tecnologia 3D a quintessência da sétima arte neste século XXI. Não é. Aliás, está longe disso. Repito: todas as sessões de cinema em 3D que assisti foram decepcionantes. A começar pelo tenebroso Fúria de Titãs, talvez o pior remake de todos os tempos.

E Alice no País das Maravilhas? Obscuro, embaçado, confuso. Cansativo. Em várias oportunidades durante a projeção tive de tirar os óculos para dar um pouco de descanso para os olhos. [Que fique claro: minha revolta é para com a tecnologia 3D e não para com o filme de Tim Burton, ok] A propósito, os óculos ofertados nas salas de cinema para assistir à filmes 3D são tão ruins quanto a recente versão da história de Perseu

E mais: são desconfortáveis. Irritantes. Embaçados. Em alguns filmes, os óculos só se justificam para ler as legendas. Pergunto: e se o filme for dublado. Sim, essa famigerada forma de distribuição de filmes ainda existe e parece que é adorada por milhares de pessoas. No cinema mais próximo de casa, por exemplo, 80% das sessões são dubladas.

Minha mais recente experiência com cinema 3D, espero que seja a última, foi com As Viagens de Gulliver. Sai da sessão me perguntando por que razão tinham me dado o maldito óculos. Para ler as legendas? Não, o filme era dublado. Confesso ter ficado sem entender. Talvez, até, o problema esta comigo. Não seja descolado o suficiente para sacar qual é da tecnologia 3D no cinema. Se alguém puder me explicar, ficaria mil vezes agradecido.

Em todas sessões 3D que assisti deixei a sala de projeção com a sensação que fui roubado
Cinema em 3D, na minha humilde opinião é enganação. São três, cinco ou dez reais a mais no valor do ingresso que fazem a diferença e no fundo nada de especial acontece enquanto tu ficas – na companhia de outras dezenas de pessoas – feito um paspalho, vestido de um óculos barato e ultra desconfortável achando que está abalando geral por estar em uma sessão 3D.

Onde está o descompasso dessa equação ainda não descobri. O que parece claro é que existe uma conivência entre a indústria cinematográfica, os responsáveis pela tecnologia e os prestadores de serviço e distribuidores dos filmes para a plebe em geral, ou, como queiram, os cinemas. Estou a suspeitar que a produção de óculos tenha sido exagerada e hoje o que essa turma toda está fazendo é nos fazendo engolir filmes quaisquer com o duvidoso selo 3D.

Isso chega a assustar. Todos os trailers de futuros lançamentos estampam orgulhosamente a insígnia, 3D, como se fosse a maior de todas as realizações humanas. A cinebiografia do precoce Justin Bieber será lançada em 3D. Alguma coisa está muito errada. Não pode ser verdade.

Pra fechar este desabafo isolado, compartilho o pensamento do editor do Delfos, Carlos Eduardo Corrales, responsável por um dos sites mais bacanas que conheço e que versa com maestria sobre cinema, música e games. Na resenha do já citado As Viagens de Gulliver, eis o que escreveu Corrales:

“O 3D segue os sempre populares ensinamentos do Fúria de Titãs: cobre mais caro pelo ingresso, mas o filme pode ser assistido sem óculos. E não falo por falar, os óculos desse cinema eram tão desconfortáveis que eu de fato tirei os dito-cujos em vários momentos. E dava até para ler as legendas, ao contrário de Fúria de Titãs”.

Pois é. Vou pedir reembolso por ter sido enganado tantas vezes.

Leia mais:

2 comentários:

Anônimo disse...

"feito um paspalho, vestido de um óculos barato e ultra desconfortável achando que está abalando geral por estar em uma sessão 3D"

Só quero dizer que não acho que alguém vai assistir a um filme 3D por achar que está "abalando geral. As pessos querem sim uma experiência de imersão, e, por consequência aumentar sua diversão.

Anton Roos disse...

Concordo contigo no quesito diversão, porém, pela falta de qualidade do serviço oferecido, é difícil se divertir com sessões 3D.