10 de jul. de 2009

Jackson, Sarney e o acaso


Michael Jackson se foi. Depois de quase duas semanas de homenagens, lembranças e indefinições quanto ao funeral e sepultamento, enfim, o rei do pop pode descansar. O mesmo não se pode afirmar sobre o literário José Sarney, ex-presidente da república e pela terceira vez presidindo o senado federal. A crise vivida pelo senado, diga-se, é digna de repulsa. O político maranhense está desgastado. Sua figura pública escrachada e sem respeitabilidade.

O astro da música pop, em vida, passava situação semelhante. As constantes acusações de pedofilia, os escândalos envolvendo o destino de parte de sua fortuna, entre outros, fazia de Michael uma estrela em decadência. A morte o fez ressurgir. Brilhar novamente como nos tempos que cantava “nós somos o mundo, nós somos as crianças”.

Uma canção não fará com que Sarney recupere o prestígio. O descrédito do senado junto à população é algo que se prolonga por décadas. O atual presidente e aqueles que o cercam são e estão onde estão por influência do povo brasileiro. Porque somos munidos de um direito universal, muitas vezes despercebido: o direito da escolha.

O mundo escolheu Michael Jackson como um dos maiores nomes da música em todos os tempos e o povo brasileiro escolheu Sarney, tantas e tantas vezes para estar a frente do destino de milhares de pessoas. E mais: a população de Luis Eduardo escolheu fazer desta uma das cidades mais pujantes da federação. O título de capital do agronegócio não é obra do acaso. É escolha.

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