9 de dez. de 2008

O forró e eu – ato final (agora eu sei)


[ A prova do crime: dançando forró, gargalhando e segurando um copo - a essa altura vazio - na mão direita]

Esperança. Dizia que ainda havia esperança. Estava errado. Há. E mais: para qualquer situação. Não só para um dramalhão particular de não saber – ou, simplesmente, achar não saber dançar o caliente ritmo nordestino compassado pelo triângulo e zabumba. De lembrar, tenho vontade de gritar aos quatro cantos:

- Eu sei dançar forró. Eu sei dançar forró.

Não importa quantos copos de cerveja tive de beber até sentir-me leve o suficiente para arriscar. Importa que consegui. Diacho. Eu consegui dançar o tal forró. Pisei em alguns pezinhos delicados, mas aconteceu, e de forma natural. Meu prêmio foi ouvir da boca delas, sim elas, as meninas, as vítimas, as cobaias, as minhas professorinhas de dança:

- Anton, você conseguiu.

Tava a ponto de flutuar. Se tivesse uma agenda eletrônica escreveria: Sexta-feira, 05 de dezembro, o dia que aprendi a dançar forró. Mas só se tivesse uma agenda eletrônica. Nada de agendas de papel. Coisa mais antiquada. Deixei de ser um cara antiquado, anacrônico, retrô. De antiquado só as alpargatas de estimação e os discos do Jethro Tull.

O mais interessante é que precisei de incentivo. Estava convicto que nunca conseguiria dançar forró, tão pouco conversar com a parceira e ainda segurar um copo de cerveja na mão ao mesmo tempo em que dava meus dois passinhos pra direita e meus dois passinhos para a esquerda. Nessas horas, paro e penso: quantas vezes deixamos de fazer coisas na vida por não termos quem nos dê um empurrãozinho.

É por isso que de agora em diante vos digo: se puderes, mas só se puderes mesmo, nunca desestimule alguém de lutar pelos seus objetivos e seus ideais. Quantas pessoas por aí esperam por palavras amigas e de incentivo para realizar tarefas bem mais simples que dançar forró. Estudar para se tornar um médico ultrassonografista por exemplo. Talvez, você esteja próximo de um, e só precise dar um empurrãozinho.

Um comentário:

Dayse Estevam (Itto) disse...

Preciso comentar nesse post.
Mas na verdade é um comentário sobre este e sobre o 1º post O forró e eu...

Que bom que sua averssão passou, é claro que você só podia ficar traumatizado na sua viagem ao sul, por que nem eu que adoro o tal forró aguentaria ficar ouvindo isso durante toda uma viagem.

Faltou aos meus amigos forrozeiros que se divertiram no ônibus em que você estava bom senso, mas ok.

Agora sobre aprender a dançar, vai com fé Anton que você consegue.

Não desanima, eu levei mais ou menos uns 3 meses para aprender. Mas valeu a pena, da tal dancinha contagia.

Rsrs...

Beijosss