27 de ago. de 2008

Ninguém conhece David Byron



Existem três vozes chatíssimas no mundo da música. Óbvio que existem mais, mas três são especiais. São três vozes que apesar de horríveis, demarcaram seu território, algumas delas tornando-se “cult”. A primeira delas é de Bob Dylan. O cara é amado, idolatrado e salve, salve, mas no fringir dos ovos, canta mal uma barbaridade. Porém, escreveu hinos de gerações e muitos entendidos no assunto, consideram “Like a Rolling Stone” com uma das, senão a melhor música de todos os tempos.

O segundo é o Rei. Não faz muito tempo, Roberto Carlos apareceu na telinha em show conjunto com Caetano Velozo. Ele está parecendo um ser jurássico. Estático, como um boneco de cera. A voz é sofrível. O dueto entre ele e Pavarotti anos atrás foi uma das experiências musicais mais traumatizantes que já tive. Entretanto, o cara é o Rei, e por mais que sua voz seja chatíssima, ele continuará sendo o Rei, e continuará arrastando multidões para seus shows. Roberto tem carisma.

A terceira e pior de todas é a voz da Sandy. Nada pode ser comparável com essa voz. O irmão dela, sempre pareceu um cara esforçado, apesar de ter uma voz ainda pior. Ao menos ele arranhava em outros instrumentos. Para minha sorte, ela sumiu dos palcos e principalmente das rádios, e tevês da vida. Graças a Freddy Mercury.

São três vozes. Exemplos que fazem a maioria esmagadora das pessoas desconhecerem o talento de David Byron. Algo, no mínimo estranho, pra não dizer engraçado. Talvez esse desconhecimento se justifique pela época em que Byron começou na música. Década de 1970, drogas “self-service”, a todo instante e em todo lugar. Álcool, muito álcool, no antes, no durante e no pós show. E fora que David era um cara muito feio. Cantava como poucos, mas esteticamente era comum até demais.



O fato de ter cantado em uma banda pouco propalada no meio Rock n´Roll, certamente influencia. O Uriah Heep do guitarrista Mick Box, na década de 1970, esteve sempre à sombra do Deep Purple. Lançou álbuns maravilhosos, é verdade, mas para um Look at Yourself havia um Machine Head. E sendo assim as coisas se tornam difíceis.

Byron foi um cara injustiçado. Talvez, Dylan, Rei Roberto e Sandy tenham tido sorte demais, ou foram agraciados com um mesmo raio mais de duas vezes. Vai saber. Byron deixou o Heep em 1976, depois de eternizar sua voz em álbuns maravilhosos como Sweet Freedom (1973), Magicians Birthday (1972) e Return to Fantasy (1975).

David Byron foi encontrado morto no seu apartamento, em fevereiro de 1985, vítima de um ataque cardíaco em decorrência do excesso de álcool.

2 comentários:

Real Marcio disse...

"para um Look at Yourself havia um Machine Head"

Gostei dessa parte realmente os Uriah Heep foram uito substimados, muito provavelmente por causa dos Deep Purple, e com uma qualidade tão, ou até maior que os Deep Purple.

Real Marcio disse...

para um Look at Yourself havia um Machine Head.
Gostei dessa parte