4 de abr. de 2011

Mulher-Maravilha

Suspeitei no olhar. Alguma coisa havia de diferente naquela mulher. Não podia ser uma simples filha de Eva. Olhando daquele jeito, definitivamente, não podia. Era uma mulher especial. Diferente. Embora no fundo eu soubesse, de início dei pouca importância a minha suspeita.

Era o olhar que me tirava do sério. Nunca tinha visto uma mulher com um olhar daqueles. Hipnotizante. Uma flechada invisível e certeira.

Ela falava pouco. Fazia o tipo observadora. Não caminhava. Desfilava. Um charme. Eu, bobo, Não parava de pensar.

Quem era ela afinal?

Os longos cabelos negros, o olhar, o jeito de se comportar. Fechei os olhos. O que vi ou imaginei ou sei lá o quê foi tal qual uma revelação. Entre tantas mulheres vestidas como a heroína dos quadrinhos, eu estava diante da verdadeira. Só podia ser. A verdadeira mulher maravilha estava comigo. Sem os trajes característicos, ou os braceletes, ou o laço e sem poder usar seus super poderes. Mas, era a mulher maravilha. Só podia ser a Mulher-Maravilha. Quem mais. Eu tinha descoberto a identidade secreta da Mulher-Maravilha.

Quando ela voltou, tentei conversar sobre a revelação.

- Eu sei quem você é.

- Quê?

- Sim, eu sei. Você é a Mulher-Maravilha. A verdadeira Mulher-Maravilha. Não precisa esconder isso de mim.

- Mulher o quê?

- Mulher-Maravilha. Você.

- Hmm..ai ai...só você mesmo.

Nesse instante, os olhos castanhos escuros [N.E: devia estar usando uma lente ou algum poder especial já que a dos quadrinhos tinha os olhos azuis] quase me fizeram congelar. Ela riu. Beijou-me os lábios encostou o rosto no meu peito e continuou sorrindo.

- Seu bobo. Adoro seu jeitinho.

Ainda assim mantinha a certeza. Era ela. De mãos dadas e caminhando pela avenida quase deserta eu ria e tentava controlar minha vontade de gritar para todos ouvirem.

- Eu estou com a Mulher-Maravilha, não é o máximo.

Rindo ela me pediu para não fazer escândalo. Falou com maciez

- Não consigo imaginar onde é que você tirou essa ideia de Mulher-Maravilha.

Continuamos o percurso. Eu estava escandalosamente obcecado com a minha revelação e a ideia e estar diante da verdadeira mulher maravilha. Quando a beijei pela última vez naquela noite, observei-a um pouco mais. Ela olhou para trás e riu. Eu acenei, coloquei mãos no bolso e recriminei o fato de nunca ter sido fã de histórias em quadrinhos.



Um comentário:

Fatima disse...

Voltei ao teu blog para continuar a leitura. A Mulher-Maravilha? Que máximo! Aposto que essa não fecharia a cara com os braços cruzados, precisando de atenção!! ;)))