31 de ago. de 2011

Levemente bravas e charmosas


Não existe nada mais atraente que uma mulher levemente brava.

O homem que discordar dessa afirmação, muito provável, que estará mentindo. Algumas pequenas provocações no dia a dia, arrisco, são feitas apenas para ver as bochechas coradas, o olhar quase ameaçador e o biquinho nos lábios.

Este, aliás, é o estágio preferido dos homens. Quando a mulher começa a ficar irritada e brava. Particularmente, e acredito assim o ser para muitos, um momento de raro – talvez raríssimo – prazer.

Reparem meninas, como ficamos bobos e com um quase irreparável sorriso de embasbacamento, quando vocês começam a sair do sério, por qualquer que seja a razão.

Há alguns anos ouvi uma recém casada dizendo-se totalmente incompreendida pelo marido. Falava com ar pesaroso de quem não aguentaria o descaso do homem amado, se assim continuasse por muito tempo.

Segundo ela, o marido não dava a mínima quando ela se dispunha a discutir as trivialidades do dia-a-dia do casal. Leia-se:  aquelas efemeridades, que somente as mulheres tem predisposição para discutir. Como quando você coloca uma camisa um pouco amassada ou, depois de todo desgaste de um dia de trabalho, resolve sair para jantar vestido de bermuda e chinela.

A inércia do marido ante sua gesticulação e braveza a irritava mais e mais.

O homem apenas ria.

Ela enlouquecia.

No entanto, o que, possivelmente, a recém casada incompreendida, aquela altura não havia se dado conta, é que quanto mais irritada e brava ela ficava, mais o marido gostava.

Não por chacota ou depreciação.

NÃO, nunca e jamais.

O que ela não entendia é que o marido simplesmente amava quando ela ficava assim, levemente brava.

Bochechas coradas, olhar quase ameaçador e biquinho nos lábios são quase um sinônimo de homem feliz e sorridente.

Nós amamos ver as mulheres assim. Rimos, e assim o faremos, na maioria das vezes em que vocês (mulheres) estiverem vociferando aos quatro ventos, reclamando que esquecemos a tolha molhada através da porta do banheiro ou do fato de não termos levantado o tampo do vaso antes do descarrego das impurezas líquidas, ou, ainda, quando, por um daqueles lapsos exclusivamente masculinos, esquecemos do aniversário do dia em que nos vimos pela primeira vez, ou da música que marcou nosso relacionamento.

Bobalhões que somos, vamos esquecer sempre e também sempre vamos nos deliciar ao ver vocês (mulheres) levemente bravas.

Não faz muito, revelei, no auge das bochechas avermelhadas e da braveza feminina, ser um amante das mulheres nesse estágio. Por incrível que pareça, a reação foi quase idêntica a da recém casada e incompreendida de alguns parágrafos acima.

Eu ri.

Ela disse:

- Ai,vou te bater.

Ri mais e mais. Gargalhei até. Era incontrolável. Não apanhei, mas tive de explicar em miúdos que ria apenas por achar irresistivelmente atraente e charmoso uma mulher brava e delicadamente irritada.

Não mais que isso, afinal, já atesta o ditado: tudo em excesso faz mal. Inclui-se ai, mulheres demasiadamente bravas. É como disse na primeira linha deste malfadado texto: Não existe nada mais atraente que uma mulher levemente brava. Levemente brava.

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