21 de mar. de 2011

Nunca chame uma mulher de abobalhada

Okay, confesso: não tinha imagem para ilustrar esse post. Gostei da caneca, da frase.
 Por fim, acho que casa com a ideia do texto, se não, paciência


Tenho uma amiga que volta e meia me pede conselhos. Quando não o faz, abre o coração e reclama de nós homens. Diz-se uma total incompreendida. Dia desses andava tão jururu, que chegou a me perguntar se ela era mulher para casar. Pergunta difícil, resposta mais ainda. Como é que você responde uma pergunta dessa sem que uma mulher se chateie. É capaz de você dizer: sim, tu és perfeita para casar, e mesmo assim, ela não gostar, achar que você está mentindo, não quer o bem dela e por ai em diante. Elas exigem que tu sejas sincero, mas no fundo, a última coisa que querem ouvir é uma resposta sincera. Vai entender.
           
Pouco depois nessa mesma conversa ela me encheu de desaforos por nunca ter apresentando um primo que tenho. Paulista, jornalista, solteiro, trinta e poucos, metrosexual, daqueles que passa mais tempo na academia que qualquer outra coisa. Como elas dizem, um Apolo.

- Isso que é homem lindo – disse ela como que tomada por um estranho feitiço. Fazendo beiço me questionou sobre porque cargas d’água eu nunca apresentava homens lindos como meu primo paulista.  Embevecido de paciência de Jó, respondi o mais claramente possível:

- Primeiro, não tenho amigos “lindos” como esse meu primo paulista para te apresentar; Segundo, porque você fica abobalhada perto de um homem bonito e que te interessa muito e, terceiro, ele mora em São Paulo, logo não tem como te apresentar pessoalmente.

Em resposta, veio uma onda furiosa. Devastadora.

- O quêêêê?

- Eu fico abobalhada?

Podia imaginar a raiva concentrada nas bochechas rosadas. O sangue lhe subindo à cabeça. Ela podia me bater se estivesse diante de mim. Aposto que tenha batido na mesa, ou quebrado um lápis, ou gritado com algum colega de trabalho. O que eu tinha acabado de dizer era uma afronta. Como eu, aquele que ela considera um amigo, conselheiro e talecoisa, podia chamá-la de “abobalhada”. Algo estava errado.

Quando me preparava para ler os maiores desaforos possíveis na tela do computador, ela mudou o tom da conversa e novamente, demonstrou estar absolutamente em frangalhos. Aturdida. Desmantelada. Quase sem chão para pisar.

- Eu nem sei pra que eu tenho namorado. Se eu fico sempre sozinha mesmo. Vou tomar sorvete sozinha, vejo filme sozinha, melhor ser solteira.

E continuou:

- Amigo, eu mal vejo meu namorado. Ele sempre arruma uma desculpa. Já me acostumei a namorar, mas ser sozinha.

Pelo tempo de convivência e amizade, sabia o que se passava com ela e logo disse:

- Você desaprendeu a ficar sozinha e tem medo de, caso terminar com ele, não achar ninguém para amar.

Ela não mais respondeu. Sumiu. Ficou offline. Deu o ar da graça somente no dia seguinte. Disse ter passado a noite em claro a pensar no que havia dito pra ela. Só fez confirmar minha teoria.

- Você está certo – escreveu.

Ela havia desaprendido a ficar sozinha e tinha medo de não encontrar ninguém caso terminasse o namoro. É uma mulher. Mulheres precisam de atenção. Dão valor para isso. Coisas as quais nós homens damos pouca ou nenhuma atenção. Um elogio, um lembrancinha por mais boba que seja, um recado desejando “bom dia e bom trabalho” as 7 e meia da manhã. Elas querem atenção. Só. Dêem mais atenção para as mulheres e verão a diferença. O porém é que muitas vezes queremos dar atenção para muitas mulheres ao mesmo tempo e aí só damos com os burros n’água.

O que ela não se deu conta é que os homens em sua maioria são trouxas e ainda mais abobalhados quando se trata de um rabo de saia. Querem todas e ao mesmo tempo. As mulheres têm um poder incrível e parece não terem se dado conta disso. Aos poucos, começam a descobrir a força que possuem.. Gradativamente. Afinal, não são elas que estão se tornando protagonistas deste século XXI. Quanto mais atenção elas receberem mais elas se tornarão grandes. Imponentes. Mulheres. Donas do mundo.

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