Imagem retirada do blog Futbosta |
O novamente barbado governador da Bahia teve passagem meteórica por Luís Eduardo Magalhães. Entre o pouso, translado até o complexo Bahia Farm Show, discurso, recebimento de uma homenagem pelos serviços prestados em prol do fomento agrícola da região, atendimento à imprensa, visita ao estande de agricultura familiar da prefeitura, retorno ao aeroporto velho e decolagem para Brasília, talvez, se muito, três horas de relógio.
À tarde (do dia 31 de maio, diga-se), conforme dito no palanque montando para os ritos inaugurais da sétima edição da feira, Wagner se reuniria com a presidente Dilma Rousseff, com outros colegas governadores e ministros de governo. Em pauta, as obras para a Copa do Mundo 2014.
Dilma, além de primeira mulher a governar o país, recebeu das mãos imperfeitas do ex-presidente Luís Inácio, dois senhores pepinos – ou abacaxis, como queiram – para descascar. Afinal, cabe a ela colocar em prática o apertado cronograma de obras exigidas pela Fifa e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e assim, dar condições mínimas ao país de sediar tais eventos.
No encontro com os governadores, prefeitos e ministros, foi anunciada a concessão de alguns aeroportos à iniciativa privada. A saber: Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF). Afora isto, é sabido não haver infraestrutura suficiente para suportar a chegada das centenas de turistas estrangeiros que virão ao país durante os jogos, e terão de se instalar e se locomover em território nacional.
Mais: a três anos do início do maior torneio de futebol do mundo os estádios que deverão sediar os jogos, ou estão com obras atrasadas, ou com seu cronograma apertado. Qualquer novo atraso pode incorrer em vexames colossais, tão previsíveis quando os subliminarmente estampados nas reportagens dos jornalões do centro do país, que, ou alertam para as previsões nada otimistas de conclusão das obras; ou reforçam o fato da maior cidade do país ainda não ter um plano concreto de um estádio para sediar a copa; ou ainda, descrevem o óbvio: os aeroportos das capitais sedes beiram o caos. A medida anunciada na tarde do último dia de maio, parece apenas amainar o vespeiro.
Entre o risco iminente de lotearmos o país com vários elefantes brancos, no final de abril, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (CREA-RJ), Agostinho Guerreiro, advertia publicamente que o atraso na execução das obras para a Copa de 2014 pode levar o país aos mesmos erros cometidos durante a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007, leia-se, com encarecimento no custo final e falta de qualidade dos projetos.
A contar pela patacoada na implosão do Estádio Mané Garrincha em Brasília, as chances de adentrarmos o ano dos jogos tendo de correr contra o tempo são grandes. Afora isto, basta uma passada por qualquer um dos aeroportos das cidades sedes da Copa para comprovar a deficiência, o despreparo e o inchaço destes locais.
A declaração de Guerreiro é pontual. O exemplo ruim do Pan do Rio quatro anos atrás deveria ser usado para a feitura de um trabalho, no mínimo, melhor planejado. “A obra do Pan ficou num ritmo muito lento e depois tudo foi feito de afogadilho na última hora. Essa tradição temos que romper. As coisas ficam prontas, mas não ficam boas. Ainda há tempo para termos excelentes equipamentos esportivos para a Copa do Mundo”, afirmou o presidente do CREA fluminense, notadamente otimista que, no final das contas, vai dar tempo e o país não vai passar vergonha.
O otimismo, aliás, em se tratando de políticos e outros tantos corresponsáveis pela realização da Copa chega a ser comovente. A ilusão de um evento megalomaníaco como este cega as pessoas. Quando a Copa chegar, faremos mutirão para encobrir as deficiências que não fomos competentes para minimizar. A maioria do brasileiro não terá acesso aos jogos ou ao ambiente da Copa.
Uma minoria irá se beneficiar e ao apito final do derradeiro jogo da copa, tentará se encobrir os escândalos, as mazelas e o prejuízo. Se pesar os prós e os contras, a balança não vai mentir.
A Copa do Mundo no Brasil é um erro.
A Bahia quer o jogo inaugural, avisou Wagner na reunião com a presidenta e demais políticos de grife do país, o oeste quer a emancipação e os quase mil quilômetros entre Salvador e a região do cerrado baiano, para a maioria dos que moram do lado esquerdo ro rio, continuará a ser feita em 15 horas dentro de um ônibus nada confortável, bem diferente da horinha de voo restrita à poucos privilegiados.
Um comentário:
aiai... pura verdade... e o bando de patos aqui é que vao pagar tudo.. inclusive os desvios... brasil... por isso nao vamos pra frente...
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