3 de nov. de 2009

Audiência envelhecida

No domingo, 1° de novembro, assisti o show do vocalista Tim Ripper Owens em Brasília. O cantor ganhou fama após substituir o lendário Rob Halford no Judas Priest, entre 1997 e 2002, período em que gravou dois álbuns de estúdio com o grupo e outros dois “ao vivo”, um deles com versão em DVD e altamente recomendado (Live in London).

No show realizado na capital federal, Ripper apresentou um repertório recheado de clássicos do conjunto britânico e outras releituras de canções de bandas como Iron Maiden, Deep Purple, Yngwie Malmsteen e Black Sabbath. Acompanhado pelos músicos da banda paulistana Tempestt, Ripper fez um show correto, provando ser um dos grandes vocalistas do estilo em atividade.

No entanto, foi a platéia que mais chamou atenção. Apesar do público reduzido, não mais que 250 pessoas, e do fato do transporte público em Brasília ser caótico, a constatação é inevitável: o público metal está ficando velho.

Nos anos 70, o rock pesado era novidade, os músicos jovens rebeldes e drogados, logo, sua audiência também. Nos, 80, embora mais amadurecidos, o estilo criado na década passada ganhou forma e ramificações. O estilo cresceu, e logo absorveu ainda mais público. Na década de 90, mesmo com o grunge de Kurt Cobain quase aniquilando o estilo, a situação pouco mudou.

Agora, em pleno século XXI, não se vende mais discos, a digitalização oferece quase em tempo real, os shows e as músicas dos artistas do gênero (e de todos outros, claro). A novidade inexiste. Os fãs envelheceram. Os músicos das grandes bandas são cinquentões. A molecada sumiu dos shows de metal, a pergunta que me assombrou na adolescência parece que aos poucos vai ganhando uma resposta e, sim, o heavy metal pode sim acabar.

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