Há cerca de dois ou três anos, não lembro bem, um velho amigo, colega dos tempos de colegial e advogado de excelente naipe convidou-me para ir a África assistir a Copa do Mundo. Á época meus bolsos estavam todos com um furo largo e que por esta razão não me dava garantias financeiras nenhuma de, sequer, sonhar com tal possibilidade.
A ideia de assistir in loco, ao menos, algumas partidas da décima nona Copa do Mundo da FIFA foi por terra. Nada pude fazer. Nesse ínterim, o Brasil emergiu como sede da próxima copa, a vigésima. Eis a oportunidade de se fazer presente in loco numa Copa do Mundo.
Porém, cético e desconfiado como sou, passei a desacreditar a realização desta copa em terra brasilis. Somos um país de corruptos, como o perdão da expressão. Fazemos “gato” para ter TV por assinatura. Sentimos orgulho em contar isso para os amigos e quem quer que seja. Achamos sempre, que o jeitinho brasileiro dá conta de tudo. Elegemos pessoas à semelhança de nosso caricato perfil e ainda assim, achamos que pelo simples fato de sermos pentacampeões e vivermos a base de esmolas é garantia de qualidade na organização de uma Copa do Mundo.
Eu deixo bem claro minha opinião, NÃO ACHO. Pelo modo como a banda vem tocando, a cada dia me torno mais e mais contrário a realização desta copa no continente chamado Brasil.
No texto a seguir, o jornalista de Zero Hora, David Coimbra, escreve sobre os furos da Copa da África, vale lembrar, com os olhos, o coração e coerência de quem está no país de Mandela.
No final do consistente artigo, o aviso:
“E agora, Brasil?O que o fracasso da Copa africana pode causar à Copa brasileira?Dor. Não há dúvida.Os homens da Fifa já identificaram os pontos frágeis da organização da África do Sul, já demonstraram seu desagrado e decerto não aceitarão que tal se repita no Brasil. Haverá cobranças. E cobranças duras. Se o Brasil não se organizar, é provável que o fiasco não ocorra durante a Copa. É provável que ocorra antes dela”.